Em Cherchez les femmes: estudos de literatura policial, o género foi durante décadas dominado por autores masculinos, pois o ofício de detetive não era considerado apto para as mulheres (…). As mulheres não tinham grande espaço fora do lar e não foram muitas as que, ao longo do século XX, conquistaram lugares importantes. Com a evolução dos direitos das mulheres, a situação foi-se modificando lentamente. Note-se que o público, masculino e feminino, tinha continuado a dar preferência aos heróis masculinos. Mas foi sobretudo a partir dos anos 80 do século XX que as mulheres conquistaram lugares de relevância na deteção, primeiro, como private eye, depois, integradas em diferentes corpos da polícia, sendo, por vezes, investidas de papéis de chefia no grupo. Este facto representou uma quebra no domínio da perspetiva masculina, surgindo diferentes subgéneros e combinatórias diversificadas. (…) Nos ensaios reunidos neste volume pretende-se olhar para a história de algumas literaturas ‘de crime’ (ou «policiais») e para algumas escritoras de diferentes países e zonas linguísticas, mas também de escritores onde a figuração das mulheres seja relevante.
DOI: doi.org/10-21747/978-972-36-1815-0/cher
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