Lígia Bernardino desenvolveu os seus estudos literários na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo aí concluído o doutoramento em 2014 com a tese Limiares do Humano. Estudo sobre Jorge de Sena, Maria Gabriela Llansol e Gonçalo M. Tavares. Desde então, e para além da sua atividade enquanto professora e tradutora, tem publicado artigos em revistas e livros nacionais e internacionais especializados sobretudo em literatura. Visa a indagação do ser humano enquanto construtor e intérprete de um mundo que a contemporaneidade percebe não lhe pertencer em exclusivo. Nesse sentido, as suas áreas de investigação incidem sobre a liminaridade, principalmente através das conexões possíveis que se estabelecem entre o humano, a máquina e o animal/natureza, patenteadas em obras literárias, mas também noutras manifestações artísticas. A abordagem aproxima-se de uma perspetiva pós-humanista pelo questionamento de conceções antropocêntricas, assim abrindo linhas de reflexão que se estendem ao esbatimento de fronteiras ontológicas. Dentro deste campo de estudos, em 2020, co-organizou a antologia de textos teóricos intitulada Pós-humano. Que Futuro?. Desenvolve ainda um trabalho de revisão e conceção de verbetes incluídos na plataforma digital A Europa Face à Europa.