O que pode ainda a poesia, quando as suas ilusões líricas do passado recente [proporcionar uma vista desimpedida para o Absoluto, «mudar a vida»…] foram desacreditadas? Não se terá ela transformado numa actividade anacrónica e irrisória? E, todavia, mesmo se acabou por ter de desinchar quanto às suas pretensões, ela insiste, voltada ainda para o que não deixa de falar às nossas consciências.