Repto. Rapto. É nesta exacta medida que a poesia portuguesa contemporânea é agónica: ela constrói-se como dicção crítica, ela interroga e questiona as representações do senso comum, ela faz-se pela mão de autores implicados que convocam leitores implicados, ela é trangenérica porque rejeita as diferenciações impostas e prefere associar a intensidade lírica à extensão narrativa, ela propõe mundos e formas de vida alternativos face à hegemonia económico-financeira, ela adopta uma atitude de representação funcional naturalista e de fantasia concretizante.