Não sabemos o que é salvar; se há diferença entre salvar a época e salvar-se a si próprio na época; e o que fazer do peso teológico dessa palavra, disseminada às vezes em seculares poemas. Sabemos, apenas, ou suspeitamos – que eterno e transitório se opõem; mas, a ser assim, os “poetas sem qualidades” sugerem talvez que salvar não é revelar o eterno no mundo, mas – paradoxo – imergir nas águas turvas do transitório. E então, só então, quando o poeta desistiu do eterno, pode surgir um sentido, a beleza, um pequeno fragmento do mundo, salvo.