Poetry and Politics

June 16th

Camila do Valle é poeta e professora de Literaturas de Língua Portuguesa na UFRRJ. Há quase vinte anos pesquisa Literaturas da Amazônia. Coordenou a Cartografia Social dos Caboverdeanos em Buenos Aires e a Cartografia Social dos Afrorreligiosos em Belém do Pará, os dois trabalhos realizados no âmbito do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, projeto a partir do qual também vem trabalhando com comunidades quilombolas da Amazônia desde 2008. Esse trabalho deu origem, entre outras publicações, ao livro que conta a trajetória de luta da quilombola e quebradeira de coco babaçu Nice Machado Aires, atual presidenta da ACONERUQ – Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – e é uma das autoras do livro Museus Indígenas e Quilombolas, sobre a experiência de constituição de acervos e museus na Amazônia orientados curatorialmente para a autorrepresentação dessas comunidades. É doutora em Literatura Portuguesa, desde 2004, pela PUC-Rio, com tese sobre temas relacionados a imaginários nacionais a partir do ensaísmo de Eduardo Lourenço, sobre quem também desenvolveu pesquisa de pós doutorado junto ao Instituto de Literatura Margarida Losa da Universidade do Porto com bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Atualmente está realizando pesquisas em Portugal vinculada ao Centro de Estudos Comparatistas de Universidade de Lisboa. Seus poemas vem sendo publicados desde 2005 no Brasil e traduzidos e publicados, desde então, em outros países latino americanos, tais como Argentina, Peru e México. Publicou, ano passado, na Argentina, La costumbre de pintar, uma antologia bilíngue de poemas português-espanhol. Trabalhou como curadora de artes visuais e de mostras de cinema.

Resumo: O encontro entre Aimé Cesaire, Leopold Sedar Senghor e Léon-Gontran Damas em Paris nos anos 1920, como estudantes, deram origem não só ao jornal L’etudiant noir, uma espécie de momento marcante para a fundação do que viria a ser posteriormente conhecido como o Movimento da Négritude, como, também, este encontro oferece uma visão tripla de como desenvolver a relação com o legado colonial. Diversas leituras fazem desse mesmo Movimento uma manifestação intelectual colada às interpretações e posicionamentos anticolonialistas e anti eurocêntricos, mais especificamente, uma manifestação crítica com o colonialismo da França. Escritos de Léon-Gontran Damas (que começam a ser publicados em 1934 e seguem até o ano de sua morte, 1978) sublinham tanto o Movimento que acompanhava e que impulsionava os “estudantes negros” de Paris a discutir coletivamente suas questões, como sublinham, também, sua raiva do mundo colonial, que pretendia fazer de uma visão eurocentrada do humanismo a grande contribuição do colonialismo. A circulação internacional da poesia e do pensamento de Damas, nascido na Guiana Francesa, portanto, Amazônia, se fez em menor escala do que a poesia e o pensamento de seus companheiros Senghor e Césaire: nos deteremos em sua poesia e nas possíveis razões de restrição dessa circulação.

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Marina Mariasch (Buenos Aires, 1973). Es escritora, Licenciada en Letras por la Universidad de Buenos Aires. En los años 90 fundó el sello editorial Siesta, que publicó a las principales voces de su generación. Sus poemas fueron reunidos bajo el título Paz o amor (2014) y luego en La pequeña compañía (2022). Ensayos suyos fueron publicados en diferentes volúmenes, como ¿El futuro es feminista? (Le Monde Diplomatique, 2016). Sus novelas son El matrimonio (2011) y Estamos unidas (2015) y Efectos personales (2022). Es docente universitaria en la carrera de Artes de la Escritura (Universidad Nacional de las Artes). También dicta talleres literarios y seminarios. Tiene intervenciones públicas tanto desde importantes medios como desde organismos de Derechos Humanos. Integra Latfem.org y el movimiento Ni Una Menos. Es militante por los derechos humanos. Poemas y textos suyos fueron traducidos al inglés, francés, italiano, alemán, portugués y finlandés, y han sido incluidos en distintas antologías.

Resumo: El movimiento Ni Una Menos comenzó en marzo de 2015 en Argentina con una maratón de lecturas en la Biblioteca Nacional. Partiendo de ese punto, la relación entre poesía y política es inescindible. Ese día, en la Plaza de la Biblioteca se leyeron poemas, testimonios, manifiestos. Unas semanas después, el 3 de junio se convocó a una manifestación frente al Congreso que resultó más masiva de lo que nadie había imaginado.
Unos años después, cuando se comenzó a tratar en el Parlamento la ley de interrupción voluntaria del embarazo, se hizo costumbre acompañar las manifestaciones con una movida llamada los “Martes verdes”, donde varias poetas leían sus textos apoyando el pedido.
El movimiento feminista en Argentina encuentra así, en los últimos años, una clara expresión en la literatura, que le da fuerza, como en otras épocas, a esta llamada cuarta ola.

 

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