Este livro procura apreender a experiência temporal expansiva gerada pelo discurso poético enquanto forma de resistência. Somos as palavras que dizemos, mas também somos a recusa de muitas outras, que não iremos proferir nunca. Palavras que instituem papéis sociais injustos, regulações e normas discutíveis, palavras que tantas vezes espartilham a imaginação e a possibilidade de outros mundos. O tempo da poesia é da ordem do intervalo, do hiato, e também da estratificação, da sobreposição. Nessa medida, toda a poesia, pelo simples facto de o ser, resiste ao curso dos dias, às formas de vida em que nos encontramos e desencontramos, nós e as nossas circunstâncias.
DOI: https://doi.org/10.21747/978-989-8833-81-5/dev
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